Vou me juntar à multidão de psiquiatras que invadiu o Facebook nos últimos dias e dar meu veredito sobre Adélio, que tentou matar o Bolsonaro.
Li seus escritos e achei confusos, como boa parte do que leio nas redes sociais. Na audiência de custódia, Adélio me pareceu bem articulado e sem nenhum traço de transtorno psiquiátrico.
Um dos principais objetivos da perícia médica é determinar se o autor do crime é capaz de entender que seu comportamento é socialmente reprovável. Ou, em palavras mais simples, se o criminoso entende que é errado o que ele fez.
Os remédios que ele tomou na vida são anti-depressivos comuns (o que ele citou é até bastante antigo), que considerável parte da população brasileira consome. De resto, ele pareceu coerente e articulado. Louco ele não é, conclui o eu psiquiatra.
As motivações são, ao que parecem, políticas. Isso não quer dizer que o PSOL – partido a que ele foi filiado por sete anos – ou a ideologia de esquerda o tenha levado a isso. A responsabilidade nunca é coletiva, seja pelo adolescente das comunidades que resolve cometer um crime, seja pelo museu que se incendeia. Cada um é responsável pelos seus atos. Ele que responda pelo seu crime e cumpra sua pena.
Gustavo Theodoro