É muito comum que um País sofra influência dos demais. Foi assim no passado quando todos copiávamos a França (muito em decorrência de sua vasta literatura). Por um breve período passamos a copiar os ingleses (fruto de seu imperialismo, que exportava costumes). Há bastante tempo, sofremos muita influência dos americanos, visto terem eles descoberto o imenso poder de sua indústria cultural.
Geralmente é saudável a influência de outras culturas. Mas devemos constantemente nos questionar se devemos importar qualquer estrangeirismo de forma impensada.
Percebi que importamos o Halloween, as cotas raciais, o Black Friday (acho que não ganhamos nada com estas importações) e importamos também uma forma extremista de dialogarmos, própria do Tea Party e de seus adversários liberais, no sentido americano da palavra.
Sim, já importamos o Fla-Flu para a política, que estranhamente divide as pessoas em petistas e tucanos, como se não tivéssemos opções. Se criticamos o Governo, somos contra nosso país. Se criticamos o cartel do metrô paulista somos petistas. E assim vai. E em todos os assuntos o acirramento do debate é observado. E este acirramento logo descamba para a ofensa e xingamentos.
Sofrer influência é bom. Expandir nosso campo de visão por meio da observação do que ocorre no mundo é bom. Mas importar defeitos para se somarem aos puramente nossos (como o jeitinho e a falsa cordialidade) acho demais.
Gustavo Theodoro