O espírito dos tempos do iluminismo privilegiou o racionalismo, a certeza de que o mundo seria complemente dominado e explicado pelo homem por meio de seu intelecto.
Alguns idealistas se opunham a esta ideia. Goethe, por exemplo, mostrava-se absolutamente inconformado com o empirismo e o racionalismo e dizia frases como eu me submerjo em mim mesmo e encontro o mundo (frase que poderia ter sido proferida por Platão) e a natureza emudece quando é torturada.
Este idealismo, como sabemos, foi derrotado pelo racionalismo e pela crença do progresso e na possibilidade da criação da Teoria de Tudo (que Einstein passou o restante de sua vida tentando formular).
No final do século XIX, havia uma certeza na física de que todos os fenômenos estavam prestes a serem plenamente explicados. Houve um cientista que chegou a dizer: dêem-me as condições iniciais e as forças que eu descreverei o mundo. Estávamos indo além das aparências, vendo o invisível por meio dos microscópios e dos telescópios, parecíamos que invadíramos a Caverna de Platão e estávamos levando seus habitantes para conhecer a verdade e o esclarecimento.
São ambientes deste tipo que podem produzir assertivas com a de Nietzsche (Deus está morto) e o doutrinas como o materialismo dialético de Marx e Engels, que consideravam a religião o ópio do povo, um dos motivos de sua alienação.
O século XX promoveu, pelo menos no campo da física, um distanciamento nosso da verdade científica. O princípio da incerteza, a mecânica quântica, a dualidade entre onda e matéria arrefeceram os ânimos daqueles que pretendiam dominar todo o conhecimento humano e geraram os grandes debates científicos do século XX.
O objetivo ainda é a verdade, sua influência e seus efeitos sobre a política. Mas no próprio post sigo discutindo a verdade no campo da ciência e, se possível, a crença no progresso.
Gustavo Theodoro