Incoerência

Dias desses fui acusado aplicar desonestidade intelectual em um raciocínio. Depois me disseram que eu poderia ter a voz do Bonner. Acho que esse último foi um elogio. Já eu gosto de pontar inconsistências alheias.

Em 1994, Jaques Wagner protocolou um pedido de impeachment contra Itamar Franco. Um ministro do Itamar passara a minuta da medida provisória do Plano Real para conhecimento do núcleo que cuidaria da campanha de FHC. Jaques Wagner não teve dúvidas: disse que havia crime de responsabilidade, por improbidade administrativa, escreveu uma petição de uma folha (isso mesmo, você não leu errado, uma folha) e protocolou na Câmara. O pedido não foi admitido.

Nos dias atuais, Jaques Wagner, ministro de Dilma, disse que o pedido de impeachment protocolado pela trinca de juristas Janaína, Reale e Bicudo, de quase duzentas páginas, é “golpe contra a legalidade”, pois nada “foi provado” contra a Presidente, nem foi indicado claramente qual a infração cometida. Afinal, foi Jaques Wagner evoluiu ou sua opinião oscila de acordo com os nomes envolvidos?

Gustavo Theodoro

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